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Precisamos falar sobre Handmaid’s Tale

23/05/2017

Precisamos falar sobre Handmaid's Tale

Depois de ler algumas críticas positivas, resolvi assistir à série Handmaid’s Tale neste final de semana. Não quis nem ler muito a sinopse para não estragar a surpresa. Acho que foi a melhor coisa que fiz, porque a série me deu um soco bem no meio da cara. A história foi inspirada no livro escrito em 1985 por Margaret Atwood e no Brasil ganhou o nome de o Conto de Aia, que já está devidamente encomendado e espero que chegue logo.

Não quero dar muitos spoilers para que você tenha a mesma experiência envolvente que eu, mas a série mostra um futuro não muito distante onde os Estados Unidos é governado por um regime totalitário teocrático e as mulheres perdem seus direitos para poderem viver seu “destino biológico”. A história fica nesse futuro bizarro e também em flashes do passado que contam como as coisas chegaram nesse ponto. E acho que já estou contando demais mas no final do texto tem uns spoilers.

Precisamos falar sobre Handmaid's Tale

A série é bizarra, chocante, revoltante e ao mesmo tempo, muitíssimo possível de acontecer. Talvez não nessas proporções, mas muito possível. Senti que a liberdade de todos nós, homens e mulheres, é algo bastante frágil.  Diria que é a maior série de terror que vi na vida. Como falei ali em cima, é um soco na cara.

Elisabeth Moss está maravilhosa como Offred (literalmente Of Fred) e dá para sentir o desespero da personagem sem ela precisar dizer nada. É muito fácil se colocar na pele dela e entender, ou tentar entender, tudo aquilo que está acontecendo. É claustrofóbico e desesperador. A série tem ainda Alexis Bledel num papel que leva ela bem longe da Rory. Veja!

Até agora foram 6 episódios ao ar, cada um com 50 minutos no serviço de streaming Hulu, que não está disponível aqui. Ao todo serão  8 10 episódios com a segunda temporada já confirmada. Diz que no segundo semestre, a série será transmitida pela Fox Premium aqui no Brasil.

Precisamos falar sobre Handmaid's Tale

SPOILERS

Nesse futuro próximo, os Estados Unidos está numa Guerra Civil e é governado por um grupo totalitário e teocrático onde a mulher perde todos os seus direitos. Tudo começa com um “ataque terrorista” que vai evoluindo aos poucos. Primeiro as mulheres perdem o direito de trabalhar, todas são demitidas e tem suas contas bloqueadas.

É interessante ver a cena onde June e Moira entram sorridentes num café onde o atendente, homem, trata elas com a maior grosseria do mundo. Na sequência o cartão delas não é aceito no caixa e eles acabam discutindo na loja. Na cena seguindo sabemos que esse foi o primeiro passo da “nova lei” e que o rapaz se sentiu no direito de ser estupido com elas por causa do novo governo totalitário. Alguém ai consegue fazer uma relação com o Estados Unidos atual?

Essa nova lei determina também que as contas das mulheres serão transferidas para seus maridos ou para o parente homem mais próximo. No flash seguinte vemos mulheres indo às ruas protestar e sendo recebidas com tiros de metralhadora. Ainda faltam 3 episódios para eu terminar, mas o que se segue são mulheres divididas em castas: as empregadas, as mulheres troféu, as “tias” e as aias parideiras, que são praticamente escravas feitas para ter filhos de casais inférteis. Quem não se submete, é morto. Consegue me entender quando digo que é uma série de terror?

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42 comentários

  • responder Lara 23/05/2017 às 14:00

    Estou louca pra começar a ver essa série, Sabrina! De fato, é um panorama aterrorizante e nada impossível, dado o rumo que as coisas andam tomando atualmente, principalmente em relação aos direitos das mulheres, quando tudo o que levamos tanto tempo pra conquistar muitas vezes parece estar desmoronando ou avançando muito pouco… Outra série interessante que assisti esses dias e super recomendo é Big Little Lies (não confundir com Pretty Little Liars, rs), ou Pequenas Grandes Mentiras. Também tem uma temática feminina com discussões super relevantes, fora um clima de mistério bem instigante, e são apenas 7 episódios. O elenco é de primeira também, Nicole Kidman, Reese Whiterspoon, e Shailene Woodley, adorei! Queria virar a madrugada assistindo tudo pra descobrir o final, fantástico! Acho que ainda não chegou no Brasil, mas deve dar pra ver pela Internet, é da HBO.

  • responder anne 23/05/2017 às 14:05

    Esse é o único tipo de filme/série de terror que eu entendo: O que fala das possibilidades ruins das decisões tomadas pelos seres humanos. Que bom que resolveram questionar essa possibilidade. Só espero que isso não vire mais um discurso de ódio aos islâmicos. Ser terrorista não é exclusividade de nenhuma religião…

  • responder Heloisa Carvalho 23/05/2017 às 14:25

    Já tinha visto a resenha da série e também estou com muita vontade de comprar o livro. O que mais me aterrorizou é justamente isso: o retratado na série pode efetivamente acontecer.

  • responder Thais 23/05/2017 às 15:08

    Aiiii to doida pra ver essa serie mas não acho online. Você baixou? Assistiu em ingles ou conseguiu legenda em portugues? Me ajudaaa!! Hahaha
    Beijos

  • responder Adriana Oliveira 23/05/2017 às 16:01

    Você lembrou dos EUA? Um país onde a mulher pode ter porte de arma, até fazer abortamento? Eu lembrei dos países muçulmanos. XD

    • responder Sabrina Olivetti 23/05/2017 às 16:50

      Foi apenas um exemplo, Adriana. Temos outros tantos por ai.

    • responder andrea 23/05/2017 às 18:57

      EUA (alias, o mundo) vive uma onde feminista que esta longe de ser o que era o feminismo antigamente…. nos mulheres temos os mesmo direitos dos homens hoje em dia, nao há nada que um homen faça que eu náo possa fazer… ainda ha um machismo em certos lugares, nossos países latinos são machoes, mas isso mudou muito …. hoje em dia o feminismo esta indo por um caminho de odio…e nao de busca de justiça…. acho que esse tipo de programa é pra gerar ódio…. é uma agenda terrível…. ps. Sa te adoro!!! vc é muito simpática!! vcs todas sáo otimas 🙂 bjs

      • responder Sabrina Olivetti 24/05/2017 às 14:02

        Oi Andrea, discordo em parte de você. O mundo já mudou bastante, ainda bem, mas mesmo tendo legalmente os mesmos direitos, a mulher ainda é visto como inferior, como propriedade do homem. E veja, falar em discurso de ódio é acreditar que todo homem é abusador, o que não é verdade. Não estamos lutando contra homens, estamos lutando pelo direito de andar na rua sem ser assediada, de ganhar o mesmo salário, enfim, por ai vai.
        O feminismo não é contra os homens é sim, pela igualdade das mulheres. E não digo apenas igualdade de direitos, e sim igualdade como seres humanos mesmo. Enquanto tiver homem falando dos meus peitos na rua, a igualdade e o respeito como pessoa ainda não está existindo.

    • responder Ana 23/05/2017 às 20:17

      Gente, pelo amor de Deus… num país como o nosso, com o 5° maior número de feminicídios no mundo, classificado como o pior da América Latina para se nascer mulher, que ocupa a posição n° 102 entre 144 países quanto à oportunidade de desenvolvimento para as garotas – equiparando-se a Haiti e Índia – em que uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, só pra citar algumas estatísticas, onde é que temos os mesmos direitos dos homens ou chegamos a um patamar pelo menos aceitável de justiça social para as mulheres? Que venham muito mais “ondas feministas” e “programas geradores de ódio” como O conto da aia por aí… Tem gente que deve morar numa bolha, só pode.

    • responder Luiza 23/05/2017 às 23:06

      Dá pra enxergar os Estados Unidos e até o Brasil num futuro próximo como o do livro/série. Dá pra enxergar qualquer lugar.

    • responder Heloisa Carvalho 24/05/2017 às 07:47

      Gente, o que está no papel não se aplica na realidade, só porque podemos votar e trabalhar fora não significa que somos tratadas com dignidade na vida real. Quando as primeiras feministas surgiram também era dito que elas estavam buscando o ódio, tanto que a propaganda anti-feminista seguia a mesma lógica da de hoje.
      E ainda complemento, o que esse “ódio” feminista faz de mal para os homens? Eles estão sendo estuprados? Mortos? Encarcerados dentro de suas casas? Perdendo oportunidades de trabalho? Misandria só existe no dicionário.

    • responder 24/05/2017 às 14:04

      Ana e Heloísa, adorei os comentários de vocês! Só para deixar claro pra algumas pessoas, eu moro nos EUA já tem uns bons anos. E não é essa coca-cola toda de “direitos e privilégios infindáveis” pras mulheres, não… Como eu sempre digo pros amigos brasileiros, aqui é uma terra de muitos contrastes. Muita gente vem pra cá visitar Miami, Disney e Nova York e acha que o país inteiro é esse oba oba. Não é, gente. Isso é 0,0001% do que são os verdadeiros “Estados Unidos”. Eu moro bem no interior do país, e aqui vemos de tudo. Tem a galera super descolada e modernosa? Sim, tem. Mas essa era Trump deu ideia pra muita gente reacionária botar as asinhas de fora… Não raro encontro pelas ruas protestos de gente querendo revogar a lei de autorização do casamento gay, por exemplo, inclusive com aval do governo de um dos estados daqui, que autorizou comerciantes a recusarem atendimento aos homossexuais, se assim lhes aprouvesse. Há poucos meses houve uma polêmica enorme devido ao corte de gastos que o governo promoveu a clínicas de planejamento familiar, também. Porque, sim, aqui tem MUITA gente religiosa ultraconservadora que é contra a anticoncepção e simplesmente vai tendo um filho atrás do outro, e não basta viver isso pra si, querem impor aos outros. Não raro vemos famílias com 5, 6 filhos pela rua. Inclusive tem uma religião aqui em que as mulheres se vestem com vestidos estilo os do século retrasado e chapeuzinhos que lembram MUITO o uniforme das aias do seriado. É SÉRIO! Quase toda semana encontro um grupo de mulheres assim no mercado ou alguma loja, sempre com um semblante triste e assustado. Houve tentativas por parte de políticos querendo restringir o direito ao aborto legalizado também, o que levou inúmeras mulheres a protestar nas ruas. Ao mesmo tempo em que existem muitas “modernidades” e tecnologias por aqui, também vemos uma quantidade enorme de pessoas que parecem ter parado no tempo e que lutam, realmente, para que as coisas voltem a ser como eram. Também é frequente vermos na TV casos de violência contra a mulher, e vira e mexe descobrem alguma “seita” em que meninas de 12 anos são forçadas a se casar com homens muito mais velhos. Outra coisa, aqui é muito comum as mulheres de classe média pararem de trabalhar depois que casam para cuidar do marido e dos filhos, bem mais do que no Brasil, conheço várias. Então tirem da cabeça esse estereótipo da mulher americana como aquela executiva descolada andando pela Wall Street de dia e varando as noites na balada, isso é uma minoria. Pela minha experiência, digo que não é NADA impossível que num futuro não muito distante tenhamos um panorama semelhante ao do Conto da Aia, inclusive por aqui. E parem de achar que a violência contra a mulher é coisa do Oriente Médio, basta olhar pros lados e sair um pouquinho da sua zona de conforto pra ver que ela se dá de diversas formas e está bem aí, do seu lado.

  • responder Patthy 23/05/2017 às 16:17

    Sabrinaaaaa, eu surtei com essa série! Falo dela sempre que tenho uma brecha e quando vejo já estou “olá, você tem um minuto para ouvir sobre The Handmaid’s Tale?”. rs
    A história é ótima – mas é ao mesmo tempo horrível. A série é incrível, mas assustadoramente real, e me vi completamente presa por ela: sofrendo, mas sem desgrudar os olhos da tela durante os 4 primeiros episódios (eram os disponíveis na ocasião quando comecei a assistir). No começo a gente olha e pensa “imagina, tem um exagero aí, pura ficção”. Mas conforme aparecem flashbacks da Offred, mostrando como essa forma de governo foi se instalando e a sociedade foi transforma, o pensamento já muda para “opa, isso não é tão surreal assim”. E a trilha sonora, meu Deus? Me transporte diretamente para Gilead.
    Li o livro uns dois meses trás, porque sabia que a série seria lançada em breve. Eu achei que a adaptação para TV ficou muito boa, conseguiram acrescentar alguns pontos que não existiam no livros sem deixá-los perdidos.

    • responder Sabrina Olivetti 23/05/2017 às 16:48

      Comecei vendo esperando por um passatempo no domingo, mas depois do 3 episódio tive que parar para dar uma respirada. É bem isso que você falou e senti que pra gente perder nossa liberdade, é uma canetada (vide leis trabalhistas).

  • responder Erika 23/05/2017 às 16:25

    Melhor série de 2017!!
    Se não nos unimos e lutar cada vez mais pelos nossos direitos, vai acontecer isso.
    Seremos apenas parideiras.

    LInk para download: https://femeahumana.tumblr.com/post/160967766126/the-handmaids-tale-2017-legendado

  • responder FláviaSilva 23/05/2017 às 16:44

    “Para assistir, é necessário saber como faz para ver séries que não passam no Brasil.”
    Pode parecer burrice perguntar, mas #Comofaz?
    Quero MUITO assistir!

  • responder Cecilia Lima 23/05/2017 às 16:52

    Vou começar a ver jajá! Tem no stremio, é um app que vc baixa no note mesmo! Tem tudo la. Bjs

  • responder Márcia Daniella 23/05/2017 às 16:56

    Já tava na minha fila de séries a assistir. Minha listinha tá bem grande, mas essa é mesmo imperdível.

  • responder Cristal 23/05/2017 às 19:57

    A series é maravilhosa e tenho exatamente o mesmo sentimento de filme de terror. Quando penso no Irã, onde algo muito parecido já está em estado embrionário, fico ainda mais assustada. 🙁

  • responder mariana dos anjos 24/05/2017 às 01:35

    basicamente o cenario q vc descreveu ja acontece em todos os paises islamicos!
    la as mulheres sao legalmente consideradas mamiferas porem nao humanas, nao existe estupro marital pois estuprar a propria esposa e um direito do marido, em caso de estupro a mulher e chbatada e presa por fazer sexo fora do casamento, mulheres sao em mtos lugares como na arabia saudita, proibidas de usar talheres em publico, recebem metade da heranca e seu testemunho vale metade perante um juri, nao podem sair de casa e mto menos viajar sem autorizacao e acompanhamento de um homem responsavel, sao proibidas de trabalhar e existem basicamente para procriar.

  • responder Natália 24/05/2017 às 03:11

    Obrigada pela dica Sabrina ! Vi todos os episódios disponíveis até agora e tô gostando muito ! Me deixou com um sentimento de mãos atadas, de certa maneira da mesma forma como me sinto com relação a política no Brasil hoje.

  • responder Precisamos falar sobre Handmaid’s Tale - LookBook Blog Brasil 24/05/2017 às 06:54

    […] O texto acima foi extraído do blog Coisas de Diva. Acesse o artigo original no endereço:Precisamos falar sobre Handmaid’s Tale […]

  • responder Tatiana 24/05/2017 às 09:52

    gente, o link da Erika não funcionou aqui 🙁
    alguém tem outro link p’ra ajudar a tia anacrônica a assistir? fiquei interessadíssima.

  • responder Alice 24/05/2017 às 12:06

    Não vi essa série, mas achei interessante o modo como vc falou dela no post, Sabrina. Vc disse que o que é retratado na série é “muitíssimo possível de acontecer” e que se pode fazer uma relação com os Estados Unidos atual. É só minha opinião, assim como também vc expressou a sua, mas vejo a situação das mulheres no ocidente hoje e no futuro de uma forma completamente oposta a sua, com cada vez mais as mulheres tendo simplesmente seus direitos de seres humanos sendo reconhecidos, afirmados e colocados em prática. Ou já ficou esquecido que antigamente era completamente aceito as mulheres serem presas e até assassinadas por adultério ou por querer o divórcio? que as mulheres não podiam trabalhar fora sem serem mal vistas ou que não tinham a opção de não quererem casar/ter filhos? Esse tipo de coisa e outras muito piores até existe, mas sabe onde? no países islâmicos, não nos Estados Unidos, onde as mulheres desfrutam de direitos e privilégios infindáveis. Eu acho que essa “onda feminista” atual às vezes cega as mulheres ao ponto delas acreditarem numa distorção de realidade, o que serve à interesses escusos. Há mulheres mortas por motivações machistas hoje em dia? estupradas, submetidas a situações humilhantes e constrangedoras? sim, até porque o ideal de sociedade perfeita só existe no campo da ideias mesmo. Mas são situações bem mais raras do que nos faz pensar toda essa propaganda desses acontecimentos, assim como os homens também sofrem situações de exceção. E quem, por acaso, discorde de mim (o que considero perfeitamente natural), já deixo o desafio de descrever um direito seu perdido ou de alguma mulher que conhece.

    • responder Sabrina Olivetti 24/05/2017 às 13:47

      Oi Alice, então, as coisas estão melhores que no passado, mas para mim e acredito que para você também, ainda não está bom, não. Ontem mesmo discuti com um desconhecido na internet que disse que “não ia me elogiar porque não podia ver meus peitos”. No papel e constitucionalmente falando, os direitos são iguais, mas na vida real, a gente ainda é inferior e vista como propriedade do homem. Isso não é discurso de ódio, ninguém aqui odeia homens, pelo menos falo por mim. 🙂 Mas o que queremos é usar a roupa que achar melhor sem ser assediada, andar na rua sem precisar desviar da obra ou pegar o ônibus cheio sem precisar ficar cuidando se tem alguém tirando foto por baixo da sua saia.
      O exemplo dos Estados Unidos foi apenas um exemplo, tenho plena consciência que existem situações bem piores para elencarmos aqui.
      Sobre a série, digo que é de terror pela perda dos direitos, não só das mulheres, mas dos homens também. O que senti que a liberdade de todos nós, seres humanos, é algo muito frágil.

    • responder Alice 24/05/2017 às 15:30

      Oi Sabrina, obrigada por responder meu comentário! Olha, vou te falar, idiotas e psicopatas sempre vão existir, não importa quantas campanhas conscientizadoras ou passeatas se faça. Inclusive, tem uma entrevista muito interessante com a feminista Camille Paglia no programa Roda Viva em que ela toca nesse ponto brilhantemente. Pra quem não viu, vale muito a pena, tem na internet a entrevista completa. Eu entendo o seu ponto. O meu ponto é que não se pode pegar esses exemplos que vc citou e generalizar ou comparar com o que vc descreveu q acontece na série. Acho que vai uma distância muito grande. E vou te dizer também que nunca tive essa visão, ou mesmo essa vivência de as mulheres serem tratadas como inferiores ou propriedades dos homens, como se fosse um status quo, uma realidade homogênea e generalizada. Como falei, existe sim assédio e crime contra a mulher, mas isso não é padrão nos dias de hoje não. Poderia aqui ficar citando exemplos e estatísticas do eu falo, mas quem quiser pode facilmente pesquisar mais a fundo e acho q já falei até demais. O mais importante é ter esse espaço para o debate, como temos aqui no Coisas de Diva. Bjs.

  • responder ZILANDRA BATISTA RODRIGUES 24/05/2017 às 13:40

    Preciso ler esse livro

  • responder Bia 24/05/2017 às 19:18

    Ahhhhhhhhh já catei e assisti 6 episódios, é muito boa! É realmente assustador, e eu fiquei imaginando como eu faria resistência, o que conseguiria suportar…

    A ficção cumpre um papel super importante de carregar nas tintas, colocar uma situação no extremo para provocar, e fazer refletir. Entendo o que você quis dizer quando comparou com os EUA, mas ficou um pouco solto pra quem não viu a série (ou pra quem tem tique nervoso de criticar feminismo…ops!). Mas é isso mesmo, nas cenas do passado fica bem claro como os direitos vão sendo perdidos aos poucos, como eles também não imaginam que tudo aquilo vai acontecer, como eles vão “permitindo” coisas que não imaginariam permitir.

    Achei muito bom, um soco no estômago pra quem topar refletir!
    Adorei, Sabrina!!

    PS: tou morrendo pelo seu apê <3

    • responder Sabrina Olivetti 25/05/2017 às 11:37

      Isso Bia, acho que não expliquei direito o porque da comparação com o Trump, mas enfim.
      O que foi Serena Joy nesse episódio 6, hum? Ainda tenho fé que ela vai se redimir.

  • responder Laisa 25/05/2017 às 09:53

    Nossa, que engraçado, parece que eles se basearam nos países islâmicos e comunistas para fazer esse filme, só pode. Porque as únicas culturas que tratam a mulher dessa maneira são as islâmicas. Justamente a cultura islâmica que o Trump quer fora do USA. Está cheio de vídeos na internet mostrando como se comportam os “coitadinhos” muçulmanos na Europa. Só não vê, quem não quer.

    https://www.youtube.com/watch?v=iqOb8wryPVA

    E outra, tome cuidados com os tais movimentos feministas, porque este feminismo de hoje em dia está defendendo partido político, e não a mulher.
    Se você vota em certos candidatos porque se dizem feministas, analise bem a história do partido político. Se historicamente este partido matou milhões, é bem provável que ele esteja falando somente o que você quer ouvir.

    • responder Lais 26/05/2017 às 15:29

      Meu deus. É sério que existe gente assim ou você tá de zoeira?

    • responder Erika 28/05/2017 às 22:52

      Sério que li esse comentário, lógico que temos que votar em mulheres e principalmente feministas. É nós por nós.

  • responder Tatiana 25/05/2017 às 15:47

    Ok, comecei a ver a série. ‘tou no terceiro episódio e minha cabeça já explodiu.

    Vou deixar aqui a dica prazamiga: Sabrina deixou bem claro no texto que a história se passa nos Estados Unidos (ou no que restou dele, para usar as palavras de uma personagem) porque é exatamente isso o que acontece. Ninguém lembrou de nada, essa é uma informação trazida pela própria série.

    E mais uma porque pelo amor da deusa: o feminismo está em sua quarta onda e tem gente esclarecida e com acesso à internet que ainda não aprendeu nada sobre? Leiam os Mapas da Violência, INFOPEN, os artigos da Revista Pagu, qualquer dado científico. Se informem, antes que seja tarde.

  • responder Patricia 29/05/2017 às 10:38

    O terror maior e o ponto principal da serie nao eh alertar sobre culturas onde esse tipo de tratamento eh e sempre foi norma, mas alertar para a PERDA desses direitos em paises que seriam supostamente mais igualitarios e avancados.

    Agora, eh mesmo serio que as pessoas nao estao vendo esse momento poltico dos EUA, Brasil e alguns paises Europeus como uma epoca em que direitos estao sendo TIRADOS, direitos que jah haviam sido conquistados? Lembrando que na serie/livro, os gays sao mortos por serem “traidores do genero” e a maioria dos “nao-brancos” enviados para colonias de trabalhos forcados. Nao eh isso que estah acontecendo nos EUA, que foi o exemplo da Sabrina? Alguns estados americanos atualmente querem proibir aborto seguro, tirando verba de organizacoes de controle de natalidade. Estao tentando acabar com os direitos civis LGBTs como casamento e adocao, tirando verba de programas de escola infantil para as mulheres terem mais dificuldade de trabalhar fora, colocando clausulas na reforma de saude para que ESTUPRO seja considerado “doenca pre-existente” e a mulher nao possa ter acesso a certos tratamentos de planos de saude, entre outras aberracoes como negar o aquecimento global, obrigar alunos a rezar e ensinar criacionismo em escolas. Alem disso, nos EUA, religioes como os Amish, Mormons (que uma amiga citou anteriormente em outo comentario) e evangelicos radicais estao se deliciando com essa retomada da America branca, religiosa e xenofobica que tomou conta do pais depois da ultima eleicao. Logico que o Trump nao eh a unica causa desse ressurgimento, essas pessoas sempre existiram, vide a KKK e jornais como Breitbart, mas esse governo legitimizou todo esse odio que nao era tao aceito e publicamente mostrado desde o final dos anos 60!!!

    Vemos esse movimento super parecido no Brasil, essa onda conservadora e religiosa (“evangelicos” por todas as esferas de governo, fazendo leis de acordo com seus “principios morais”…) e tambem na Europa, especialmente no Leste Europeu, como Polonia, Romenia, Bulgaria. A Russia acabou de aprovar uma lei horrenda sobre violencia domestica.

    Mulheres, voces jah deram uma olhadinha na reforma da previdencia brasileira no que tange a seus direitos? Acho que nao, neh?

    Sabe o que me aterroriza mais? MULHER MALHANDO O FEMINISMO. MULHER falando que JAH TAH BOM, “pelo menos nao eh como era”. Medo.

    • responder Sabrina Olivetti 30/05/2017 às 10:30

      Isso! Obrigada por falar direito o que eu não soube explicar. 🙂

    • responder tais 31/05/2017 às 12:33

      Tb tenho medo. E sinto tristeza pelas mulheres não enxergarem isso.
      Já estou louca pra ver a série!

  • responder Iris 03/06/2017 às 16:18

    Como você fez para assistir?

  • responder Miriã Andrade 04/06/2017 às 18:58

    Fiquei sem ar lendo os seus comentários sobre a série, imagina assistindo-a então, vou ver com toda certeza.

  • responder rodrigo 15/06/2017 às 23:08

    Quando uma nação já nasce dentro de uma cultura machista, ela nem consegue ver o machismo de tão enraizado que ele está. To vendo o pessoal falando de países Islâmicos nos comentários como se não tivessemos o Brasil como um exemplo forte de uma cultura machista. O nosso país pode não ter “oficializado” o machismo criando leis que impedem mulheres de fazer coisas que os homens podem fazer mas existem outras formas de impedir que as mulheres façam o que elas querem. Na série, as mulheres são proibidas de ler porque elas tem a obrigação de procriar. Isso me faz lembrar os tempos dos meus avós onde as mulheres nao eram criadas pra ir pro mercado de trabalho e ser bem sucedida, eram criadas pra engravidar, ser mãe e cuidar do lar. Se uma mulher dissesse “eu não quero engravidar e formar uma família porque isso vai me atrapalhar na minha carreira” nao ia existir nenhuma lei que a impedisse mas ela ia ter que enfrentar toda a hostilização da sociedade. E olha que o tempo dos meus avós nao foi a tanto tempo assim. Olhem pro nosso cenário polítco. Vejam quantos nomes masculinos na política nós temos como exemplo e quantos nomes femininos. A política é totalmente dominada por homens e a política é o que governa um país. Resumindo, o país é governado por homens, pra não dizer o mundo.

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