Reflexão Skincare

Pro-aging? Entenda o que significa o termo!

27/09/2024

Cerca de um ano atrás, me deparei pela primeira vez com o termo “pro-aging” e confesso que, a princípio, não entendi ele direito. Nas promessas da marca sobre determinado produto, estava escrito assim: “Contém peptídeos purificados, um poderoso ingrediente pro-aging que ajuda a estimular a produção de colágeno na pele”. Olha só o que escrevi sobre isso na época:

Você viu que eu até negritei o termo “pro-aging” ali em cima, né? É porque tô inconformada com ele! Não quero dar uma de professor Pasquale, mas, até onde eu sei, o prefixo “pro” denota algo como “a favor de”. Então, por consequência, o produto é a favor do envelhecimento (“aging”)? Ficou confuso, enfim.

Lendo novamente agora, admito minha ignorância. Afinal, é exatamente isso – “a favor do envelhecimento” – que a nomenclatura quer dizer, oras! Contudo, é necessário dar maior abrangência a essa conversa, já que ela vai contra tudo que sempre recebemos de informação da indústria cosmética.

pro-aging

Anti-aging x pro-aging

Quantas vezes ao longo da sua vida como mulher você tomou contato com o termo “anti-aging” (ou “anti-idade”, “antienvelhecimento” e afins)? Eu muitas! Durante bastante tempo, esse nome esteve – e, na verdade, ainda está! – estampado em rótulos, anúncios e dados sobre produtos de skincare. Não à toa, já que somos induzidas desde cedo a valorizar a juventude, o que nos leva a uma preocupação enorme em relação ao envelhecimento aparente.

E a responsabilidade disso é de quem, hein? De todo o sistema que nos cerca, o que inclui a mídia e suas representações irreais, a internet e seus modelos de perfeição, além da própria indústria da beleza, que sempre tem uma solução (ou “milagre”) para oferecer. Então é de se esperar, sim, que a sugestiva nomenclatura “pro-aging” cause uma certa estranheza. Ué, envelhecer não era tecnicamente ruim? Agora tá tudo bem pra vocês?

O que a indústria diz

Pesquisei o termo mais a fundo e caí justamente num conteúdo criado pela marca que o trouxe ao meu conhecimento. Veja o que ela diz sobre o assunto:

“Pro-aging”, ou “pró-idade”, como o nome sugere, é um movimento que propõe uma abordagem positiva para o envelhecimento. Em vez de lutar contra ele, o pro-aging propõe que devemos conhecer o processo e cuidar da nossa pele de maneira saudável e consciente. Acreditamos nesse caminho que propõe uma relação positiva com o envelhecer. Buscamos o desenvolvimento de inovações cosméticas pró-idade a fim de proporcionar mais qualidade de vida com o passar dos anos.

Ou seja: a empresa afirma que, se aceitamos o envelhecimento como um processo natural da vida, podemos passar por ele de forma tranquila, sem a necessidade de combatê-lo. Apesar disso, o texto explicativo ainda fala em “lidar” com a questão – até porque, se o discurso fosse de total aceitação, onde entraria o uso de cosméticos, não é mesmo?

pro-aging

Mais dúvidas do que respostas

Agora, com 38 anos, esse tema me ronda mais do que antes e toda a história que estou trazendo aqui me deixa pensativa. Não posso ser hipócrita: ainda não estou preparada para me ver envelhecer. Inevitavelmente, as mudanças que venho lentamente percebendo me são estranhas. Portanto, é compreensível que, de alguma forma, eu queria retardar o processo – porque evitá-lo mesmo sei que é impossível. Então, sim, sou grata pela evolução da ciência e por poder ter acesso a produtos que me ajudem nisso.

Por outro lado, até que ponto meu incômodo é natural ou foi incutido na minha cabeça durante anos? É aí que entra uma certa reticência da minha parte em ver a indústria cosmética falar em “pro-aging”. Será que ela está mesmo querendo mudar nosso modo de enxergar o envelhecimento daqui pra frente ou esse é só um discurso vazio, porque na prática mesmo é outra história?

Observando fenômenos como meninas de 10 anos querendo passar retinol na cara, tenho lá minhas dúvidas sobre tudo isso. E é com elas que termino esse post. Aproveito para convidar você a participar da discussão: o que acha do conceito de “pro-aging”?

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