Você que anda pelos lados do TikTok (segue a gente no @blogcoisasdediva), deve ter notado uma hashtag ganhando força nos últimos meses. Trata-se da #deinfluencing, uma hashtag que as pessoas usam em vídeos de resenhas de produtos virais que elas não recomendam a compra. Seria algo como des-influenciando a comprar.
Você que está por aqui desde 2008 bem sabe que as resenhas de produtos que não valem a pena fazem parte do mundo das blogueiras raiz desde sempre. Só aqui no Coisas de Diva, são centenas de posts e vídeos onde falamos sobre cosméticos e maquiagens que testamos e não gostamos.
De-influencing no TikTok
Mas nesse sentido, porque o pessoal do TikTok está descobrindo este tipo de vídeo só agora? Muitos relacionam este estilo de conteúdo de “não recomendação” com o fato que estamos escolhendo consumir menos. Essa é uma tendência mundial que tem ligação com a crise econômica e ambiental que o mundo está enfrentando. Sendo assim, a nova geração, que é o publico do TikTok, é uma geração mais preocupada em comprar menos e gerar menos lixo, por isso esse tipo de conteúdo.
Os creators perderam a credibilidade?
Além disso, esta hashtag está relacionada com a má vontade geral com creators e influenciadores. As pessoas estão cansadas de ver influenciadores ricos falando de produtos que não consomem. Sendo assim, os vídeos de “de-influencing” seriam uma resposta aos conteúdos virais de produtos que “temos que ter”. P.S.: Lembro que ninguém tem que ter nada.
Este fato é inquestionável, mas eu também defendo a questão de que nós, como consumidores, escolhemos os influenciadores que queremos seguir. Para mim não faz sentido acompanhar alguém que não confio. Acredito que para você, também não. Aliás, já fez uma limpa nas suas redes sociais para parar de acompanhar quem você não gosta ou não acredita? Recomendo.
De-influencing: minha opinião
Eu acredito que os fatores que citei acima e que fizeram a hashtag bombar são válidos. Porém, acho que o que realmente fez este tipo de vídeo ganhar força tem uma razão bem mais simples: eles dão mais visualizações que os vídeos normais de resenha.
Falo isso com conhecimento de causa, pois faz quase 15 anos que estou criando conteúdo sobre isso. Em média, os vídeos de “des-indicação” tem o dobro de visualizações que as resenhas normais.
Acho que isso se deve por algumas razões. Primeiro: o fator fofoca. As pessoas querem saber se aquele produto que a atriz da novela fez propaganda é bom mesmo ou se era enganação. Querem saber se a maquiagem que apareceu no publi de uma YouTuber era tudo aquilo que ela falava. Ou seja, o pessoal quer saber do que funciona de verdade ou não. A polêmica da base da Virginia ta aí para provar meu ponto. Todo mundo falou dela, até quem não costuma falar sobre cosméticos.
Em segundo lugar vem realmente a questão de não gastar dinheiro a toa. Por mais que uma pessoa não esteja interessada em ver um vídeo sobre uma base nova que é muito boa, ela VAI QUERER ver um vídeo sobre uma base que é uma porcaria. Ele vai querer ver o conteúdo para saber no que NÃO investir, mesmo que não tenha a prioridade de comprar aquilo naquele momento. Isso tem mais força no sentido de atrair mais público. Não é por acaso que os vídeo de “de-influencing” estão atingindo a casa de milhões de visualizações.
E o que o Coisas de Diva tem a ver com isso?
Desde 2008, quando comecei o Coisas de Diva, minha ideia era fazer resenhas como se tivesse falando com uma amiga. Da mesma forma que a gente indica algo que gostou, nós também falamos sobre aquele produto que foi dinheiro jogado fora, não é? E foi nesse sentido que o Coisas de Diva cresceu fazendo resenhas sinceras. Pode até parecer bobo, porque todas as resenhas deveriam ser sinceras. Mas num mundo onde o que vale são os likes, esse conceito pode ter ficado perdido no meio das trends.
Por isso espero que essa tendência tenha chegado para ficar e mais creators sigam a ideia de fazer resenhas verdadeiras. Mesmo que isso possa causar desconforto entre os possíveis anunciantes. Não é todo influenciador que banca essa.
1 Comentário
Acho esse tipo de formato interessante, mas, como professora de adolescentes, digo que no meu recorte social, o parecer preocupado em consumir menos é muito mais importante do que de fato consumir menos. Shein e Shopee tão aí mostrando que o ultra fast fashion veio para terminar de destruir nosso planeta.