Amanhã vai fazer duas semanas que eu levei um baita tombo – e, dessa vez, não digo isso figurativamente! Escorreguei de verdade e trinquei o sacro, osso um pouco acima do cóccix.
Quando aconteceu, me passaram várias coisas pela cabeça (além da óbvia dor, é claro). No começo, fiquei com raiva, achando que aquilo não estava certo, que eu não merecia. Depois, me bateu a tristeza de pensar que teria que mudar completamente minha rotina por um tempo, o que incluiu ficar na casa dos meus pais, desmarcar uma série de compromissos, deixar de malhar, enfim, essas coisinhas.
Por sorte, essas sensações me ocorreram brevemente e no início de tudo. E eu me permiti senti-las do jeito que vieram, mas escolhi deixá-las passar também. Essa é a tal da resiliência que tanto se fala por aí.
Motivos maiores ou menores (para mim, sem comparação com os seus ou os de outras pessoas) que esse já me derrubaram com muita facilidade antes. Dessa vez, talvez mais preparada, decidi conscientemente que ia fazer o melhor que podia para passar bem, independentemente da situação.
Esse foi um bom aprendizado da semana (ou melhor, das minhas últimas duas semanas!). Pude me lembrar, mais uma vez, de que a vida é esse amontoado de acontecimentos aleatórios. Quem decide se eles são bons ou ruins sou eu – e é você, aliás, todos nós.
Caí, levantei e agora estou dando tempo ao tempo. Tempo de ficar bem, tempo de viver com mais calma, tempo de aproveitar as pequenas coisas do dia a dia. Meu desejo é que, não importa o que aconteça, você possa enxergar isso também. Gostaria de ter visto as coisas assim antes – me pouparia muito.
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17 comentários
otima reflexão, nos muitas vezes supervalorizamos o problema
beijos
Melhoras!!! A vida é assim mesmo, às vezes do nada acontece algo que não esperávamos, mas a sua atitude mostra tudo, levantar e sacudir a poeira.
Com certeza, xará! <3
Thaís, sei exatamente o que você está passando. Passei por isso em 2013, com uma sacroileite dos infernos, que me impediu de dirigir, usar salto, subir uma calçada. Foi dose. Eu que sempre fui ativa, corria pra cima e pra baixo, tive que literalmente parar.
Mas oh, a melhor lição foi que eu parei, mas o mundo não!!!
Então quando percebi que todo mundo sobreviveu à minha ausência no trabalho e na vida, relaxei completamente e pude me concentrar na minha recuperação sem culpa. E até curti poder passar a tarde grudada na netflix, comendo pipoca e dando risada. Tinha acabado de defender o doutorado e vi que esse problema me fez repensar muita coisa. Já que tinha aquele tempo de molho, então que fosse bem aproveitado!
Aproveite o seu para redescobrir coisas que você fazia sem nem perceber a importância ou a alegria que elas trazem.
Boas descobertas e boa recuperação!
Nossa, que lindo esse comentário! É bem por aí mesmo! Obrigada pelo carinho, Daniele! <3
Boa recuperação! É bem mais tranquilo passar por essas coisas com aceitação, calma, cuidando de si com amor e reflexão. Bjo.
Verdade! <3
Acho que como comigo foi muito grave, sofri um acidente e fiquei tetraplégica, não consigo lidar com mimimis. Mas cada um sabe a dor que sente…
Exato, cada um sabe a dor que sente… Aliás, o que sente no geral! 🙂
Nossa tou passando por um momento assim, faz uns 2 meses quebrei o braço num acidente de onibus, fiz cirurgia, coloquei placa e agora tou na fase da fisio que tá sendo bem difícil.
Estou afastada do trabalho e aproveitando esse tempo para organizar a minha vida, pensar no que eu quero daqui pra frente. Estou aprendendo também que precisamos respeitar o tempo do nosso corpo para que ele se recupere e para que fiquemos bem.
Tem toda razão! <3 Boa recuperação pra você!
Que linda reflexão! Força pra você, Thaís. Melhoras…
Obrigada! 🙂
Thais, normalmente com a maturidade vamos aprendendo a ver a vida com outros olhos, isso pra quem realmente aprende a viver bem. A gente sempre busca isso. Que bom que vc se entristeceu, o que é normal, mas depois aceitou a situação e está levando da melhor maneira possível.
Ótima recuperação!
Bjus
Obrigada, querida! 🙂
Eu realmente precisava desse texto,tenho luxação patelar(patela que saí do lugar) desde do ano passado mas dia 9 logo após o intervalo indo pra aula,ela saiu e não voltou,foi toda uma onda para me levar para o hospital para colocarem de volta,nunca tinha sentido dor parecida,doeu muito e eu chorei muito.Assim como você pensei em como minha rotina ia mudar após isso,estava muito inchado(ainda está) e nos primeiros dias precisava de ajuda para ir ao banheiro e tomar banho,fiquei de cama até quarta(voltei a escola),estou usando muleta e eu realmente estou pensado positivo e acreditando que logo logo vai passar.Mas hoje amanheceu bem mais inchado e estou com dor do ombro por causa da muleta e me veio tudo de novo,não posso forçar o joelho para eu não ter que operar,a falta que faz andar normal,não me sinto bem na cadeira de rodas pq me lembra do dia do ocorrido,tudo… todos esse dias pensando que não tinha pq me sentir frustada e triste(me senti mal pq achava que estava sendo dramática com minha situação?)hoje especialmente eu me deixei permitir que eu sentisse isso,acho que só eu colocando tudo pra fora e sentindo tudo que vou poder acreditar que dias melhores virão.
Isso mesmo, Mayara! Tive uma atitude positiva mesmo com a chatice do processo. E um dia amanheci meio deprê e me permiti sentir isso! A boa notícia é que tudo passa. Boa recuperação pra você, querida! <3