Eu sei que vocês adoram quando a gente indica filmes por aqui (inclusive, deem só uma olhada em todos os posts relacionados a esse tema que já fizemos)! É por isso que voltei para falar de um tipo que nem todo mundo gosta, mas eu adoro. E não é terror, porque esse gênero eu detesto! hahahaha
Sabem aqueles longas de difícil digestão, digamos assim? Mas não pelas imagens fortes – tô falando daqueles que nos fazem pensar por horas, dias e até semanas depois que assistimos (e, consequentemente, inclinam a gente a filosofar pesado sozinhas ou com alguém). Então! Pra quem é do tempo das locadoras de vídeo, são aqueles que ficavam numa estante intitulada Arte – sem muita explicação mesmo, porque esse é o lance, a subjetividade na interpretação.
Não sou nenhuma grande entendida de cinema, então essa minha seleção compreende filmes dos mais variados – desde alguns mais conhecidos do grande público até aqueles independentes, que ouço poucas pessoas indicando ou comentando a respeito. E aviso: talvez vocês odeiem, talvez vocês amem – e essa para mim é a graça, aqueles insights que a gente tira de algum longa recém-assistido (mesmo que pra isso a gente ferre com a nossa cabeça de tanto pensar, hahahaha).
Ok, chega de enrolação e vamos lá!
5 filmes para quem gosta de filosofar depois de assistir!
Fahrenheit 451 é um filme de 1966 baseado no livro de mesmo nome escrito por Ray Bradbury. Tem alguns anos que o vi pela primeira vez e me lembro de ter adorado cada segundo. Não quero dar muitos spoilers para quem nunca ouviu falar, mas pelo trecho acima é possível ter uma ideia. Como soa viver numa sociedade em que os livros são itens proibidos e os bombeiros cuidam para que sejam todos incendiados sem questionamento algum das pessoas comuns?
Fahrenheit 451
Direção: François Truffaut
Ano: 1966
Não tem na Netflix, busquem maneiras alternativas!
A Grande Beleza levou nada menos que um Oscar e um Globo de Ouro na categoria Melhor Filme Estrangeiro em 2014. Também pudera: o longa, que tem como personagem principal um sexagenário escritor que passa a questionar sua forma superficial de viver, é sensacional. A fotografia espetacular e o fato de a história se passar em Roma (<3) são só a cereja do bolo para os questionamentos acerca do próprio sentido da vida, tão fundamentais sobretudo com o envelhecer.
A Grande Beleza
Direção: Paolo Sorrentino
Ano: 2013
Onde encontrar: Netflix
O Teorema Zero é extremamente ame ou odeie. Tem gente que pira por semanas no que viu ali. Tem gente que fica louca da vida depois de assistir. Eu curti – e já vi várias vezes porque mostro pra todo mundo. Bom, pensem bem: pelo menos tem o Christoph Waltz, que é um p*t* ator, interpretando um expert em tecnologia bastante antissocial e pouco inserido na sociedade superficialista em que vive. Ele é desafiado, sem saber, a provar que o sentido da vida é que ela não tem sentido. Intrigante!
O Teorema Zero
Direção: Terry Gilliam
Ano: 2013
Não tem na Netflix, busquem maneiras alternativas!
O Congresso Futurista pode ser considerado um dos filmes mais loucos que eu já vi. Mas para mim é também um dos melhores. Metalinguagem sempre foi algo que me encantou – e o longa trabalha isso de maneira impecável. Vejam, é um filme sobre cinema. A atriz Robin Wright interpreta ela própria. Uma história que muda completamente em seu decorrer (da atuação real para a animação) sem perder a identidade. Para quem gosta de cinema enquanto manifestação humana, um prato cheio.
O Congresso Futurista
Direção: Ari Folman
Ano: 2013
Onde encontrar: Netflix
O Sétimo Selo é denso, já vou logo avisando! A começar pela língua usada, o sueco. Também há o fato de ser preto e branco. E falar sobre morte. Para quem pensa em assistir, indico que reserve sua melhor empolgação, porque cada diálogo é um tiro – dos bem doídos (aqui em cima tem um pequeno exemplo). A história, passada na Idade Média, mostra o trato de um cavaleiro com a morte: uma pausa para um jogo de xadrez em busca de sua própria redenção antes que a fatalidade aconteça.
O Sétimo Selo
Diretor: Ingmar Bergman
Ano: 1957
Não tem na Netflix, busquem maneiras alternativas!
Ufa! E, sim, eu tenho uma queda fortíssima por filmes que abordem coisas como o sentido da vida ou que se passam em sociedades paralelas, hahahaha! E, lembrando: esses são longas que eu gostei e que jogaram uma bomba no meu cérebro, mas não me responsabilizo caso detestem, ok?
Agora, um pedido para as cinéfilas de plantão: baseadas nesse estilo, o que teriam de bacana para me indicar? Contem nos comentários!
14 comentários
Gosto muito dos filmes do Ingmar Bergman. A trilogia do silêncio (através de um espelho; o silêncio e luz de inverno), sonata de outono e persona são meus favoritos.
Dear white people, que originou a série, e Estrelas além do tempo também são ótimos pra refletir.
Alessa, que dicas ótimas! Agradeço todas. <3
Dos cinco eu sou a maior fã da vida do A Grande Beleza – que, aliás, foi o motivo do meu primeiro comentário aqui no blog, num post seu antigão, por compartilharmos o amor por esse filme – que para mim tem um dos melhores diálogos do universo quando o Jap Gambardella fala da futilidade das vidas deles para a amiga que era traída pelo marido, na frente de todo mundo, fazendo aquele climão. E Bergman, o que dizer… o cara é um gênio! E sim, a trilogia do silência, como a Alessa falou aqui, é imperdível!!
Mas gostaria de acrescentar um, posso? 😀 Aurora, do Murnau. Simplesmente incrível. Assisti no festival que teve aqui em Curitiba mês passado no telão e confesso: saí embasbacada. Mais um do Murnau, pode? hehe Fausto, que me deixou pensando nele até… agora!
Beijooooo Thais!
Sarah, você pode acrescentar quantos quiser! <3 Suas dicas estão maravilhosas, guria.
Amo filmes estilo esses de filósofar, sorte que não conhecia nenhum, agora tenho 5 filmes a mais para assistir haha <3
Aí sim! 😀
Thais, eu te indico o filme francês “A espuma dos dias” com a Audrey Tautou. É bem louco e nos leva a reflexões interessantes. Tinha no Net Now, não sei se ainda está disponível.
Oba! Indicação de filme francês é sempre algo promissor. Vou procurar! Super obrigada, Marcia! <3
Parabens pelas indicações! E obrigada. Tenho certa preguiça de indicações de literatura e cinema… Mas vc acertou em cheio 😉 Aguardo as proximas sugestões!
Eba, fico feliz que tenha gostado! <3
Teorema zero e Farenheit são filmes que dão sono
agora quanto onde achar filmes, Telecine e Hbo sempre foram melhores que netflix
Um filme bastante instigante, do tipo também ame ou odeie, mas que faz pensar bastante sobre o sentido da vida é: O Lagosta. Um dos filmes mais estranhos e interessantes que vi nos últimos tempos.
Só pelo nome já queri assistir! Valeu pela dica. 🙂
Thaiiiis, assiste “O menino e o mundo”, é uma animação brasileira, mas que de infantil não tem nada. Mostra o mundo moderno visto pela perspectiva de um menino, e o melhor, os personagens não tem fala, você fica envolvida naquele drama mudo e angustiante. Gostei muito!