E cá estou eu para dividir com vocês um pouco da minha experiência de 4 dias em Belém do Pará! Confesso que não esperava fazer outra viagem pra um lugar distante tão cedo, então fiquei super feliz com a oportunidade. Como comentei pelo Snapchat do blog, fui a convite da Natura, que estava promovendo o Hackaton Mãos na Mata.
Para quem não sabe o que é um hackaton (do mesmo jeito que eu também não sabia, hahahaha), no site da Natura Campus há todas as informações a respeito, além de várias matérias que contam sobre a segunda edição que acabou de acontecer!
Como há uma fábrica da marca em Benevides (Pará) e uma das comunidades extratoras de matérias-primas da Floresta Amazônica também fica num município do estado (Moju), teve tudo a ver o evento acontecer por lá. Eu fui para acompanhar o pessoal que estava fazendo parte do hackaton e os dias não poderiam ter sido mais legais!
Primeiro porque conheci muita gente bacana, de diversas áreas, com idades e procedências diferentes. E, segundo, porque a imersão num local que eu não sonhava um dia conhecer foi super rica! É incrível perceber como nosso Brasil é grande – especialmente para quem não tinha subido mais que Mato Grosso.
Acho que ter ido para o Norte logo de uma vez me gerou a vontade de fazer esse tipo de viagem mais vezes. É tudo tão diferente aqui do Sul que um turista, como eu, volta encantado. O povo é receptivo, conversador, aberto. A culinária é um capítulo à parte. E a natureza é, sem dúvida, magnífica. <3
Resolvi dividir esse post com alguns destaques da viagem para mim. Se quiserem ver mais, a Sá também fez um passeio mais ou menos parecido com o meu e mostrou tudinho no vlog que eu coloco a seguir:
Agora vamos lá!
A natureza
A colheita de açaí no município de Moju
A Floresta Amazônica cobre o estado do Pará praticamente inteiro e, no município de Moju (onde fica a comunidade extratora de matérias-primas que visitamos), ela mostra toda sua diversidade. A vegetação, como vocês devem lembrar das aulas de geografia, é bem fechada e riquíssima em espécies – tanto animais quanto vegetais.
Fiquei tão orgulhosa dessa foto!
Não vi tantos bichinhos quanto gostaria, mas, em compensação, o verde é espetacular. Na comunidade, há a retirada de ativos naturais usados pela Natura de maneira sustentável, ou seja, com respeito à natureza e às pessoas. Conversando com o pessoal de lá, percebi que eles estavam realmente satisfeitos com a parceria, que trouxe, além de um ganho extra, algumas melhorias para a vida no meio da floresta.
Impossível não amar a simbiose das crianças com a natureza
Falando em gente, que grupo de pessoas maravilhoso! Jamais vou esquecer da Dona Creuza (que queria ter registrado num belo retrato, mas não consegui), líder comunitária, mãe de 16 filhos e avó de 16 netos. Mulher guerreira, sensível, de bom coração. Uma alma linda. <3
Vai um cacau direto do pé aí?
Foi muito gostoso passar o dia por lá e perceber a natureza tão pertinho de cada morador. As crianças corriam descalças, alimentavam os pássaros no bico, ofereciam frutas do pé para a gente. Elas personificaram algo que quem mora na cidade não está acostumado a ver: a simbiose perfeita com o meio ambiente!
A comida
Frutas amazônicas no Mercado Ver O Peso
A culinária paraense veio como algo completamente novo para o meu paladar. Como por lá há uma vegetação repleta de espécies, isso se reflete na forma como as pessoas se alimentam. Existe bastante mistura de frutas a preparos salgados, como, por exemplo, o açaí, que é comido com farinha e peixe – e não é prato turístico não!
O diferentíssimo jambu
Uma das coisas que me deixou de queixo caído foi o tal do jambu – uma erva típica da região que tem o poder de refrescar e amortecer a língua. Experimentei um tiquinho in natura e quase caí pra trás com o efeito! Ele geralmente é usado no famoso tucupi, uma mistura de caldo de mandioca brava com jambu, servido com pato (pato com tucupi) ou com camarões secos e goma de tapioca (tacacá).
Meu prato no almoço em Moju
Experimentei só o molhinho do tacacá com farinha de mandioca quando estive em Moju. Para acompanhar, feijão, arroz e o famoso filhote, peixe de água doce que pode ser encontrado a rodo em restaurantes de Belém. Nesse preparo, ele tinha sido assado envolto na folha de bananeira. Nham!
Castanhas-do-pará recém-colhidas
Mas se teve algo que fez meu coração parar de tanta alegria foi comer castanha-do-pará na versão pura, sem torrar. Gente, é outro gosto! Ela é crocante, oleosa, saborosíssima. Como fã de qualquer tipo de castanha, fui ao paraíso!
Bombons artesanais
E não comi apenas sozinha não. Provei o sorvete de castanha-do-pará da Cairu (amor verdadeiro, amor eterno), os bombons artesanais, bolos… Nossa, só de pensar minha boca enche de água. Saudades! Ah, e falando em bombons, no Mercado Ver O Peso dá para encontrar uma infinidade de sabores, a maior parte com frutas locais.
Dona Dica e a sua tapioca
Outra delícia paraense é a tapioca, usada amplamente na gastronomia local. Também é possível encontrar sacos e sacos da goma no mercado municipal de Belém. Aliás, vale a visita até lá para experimentar coisas diferentes, bater um papo com os donos de barraquinhas e, com sorte, levar pra casa várias gostosuras.
A cultura
Patrimônio histórico de Belém
Belém acaba de completar 400 anos. Por isso, conta com um patrimônio histórico invejável. Infelizmente, senti que as construções poderiam estar mais bem conservadas. O clima parece judiar daquilo que permanece em pé e, pelo que conversei com as pessoas de lá, não há muito interesse por parte do governo na preservação dos lugares.
Um turista comentou comigo que o dono de um restaurante da cidade (Point do Açaí) gastou nada menos do que UM MILHÃO DE REAIS para reformar o casarão antigo que hoje abriga o estabelecimento. Quer dizer, fica parecendo que, com o alto valor das renovações, é mais fácil deixar tudo como está. Uma pena.
De qualquer forma, fica meu elogio à Estação das Docas, essa sim, toda reformada e repleta de restaurantes e bares. Não vou me estender muito para falar dela porque logo mais dou uma dica por aqui relacionada ao local.
Artesanato local
Lá no Mercado Ver O Peso, me chamou a atenção a área dedicada ao artesanato. Há muitos objetos decorativos feitos de palha, trançada de um modo bastante particular (às vezes, dava para ver o artesão trabalhando ali mesmo). Para quem gosta de artesanato rústico, há muitas opções para levar para casa. Outro destaque fica para o trabalho indígena, muito bonito também. Pude conhecer um pouco mais dentro do Parque Mangal das Garças – outro ponto de visita que será mencionado em breve por aqui!
Ufa! Disse que falaria um pouco sobre minhas andanças por Belém mas, no fim, o post ficou enorme! Espero que tenham curtido viajar comigo! Ah, e se algum paraense precisar corrigir/comentar algo, é só chegar, viu?
32 comentários
Adorei o post, Thais! Vou a Belém no final de abril, fiquei mais animada ainda! E que fotos lindas, uaaaau, parabéns pelo belo trabalho!
Ah, vc está recuparada? Depois que postou no snap que estava com febre no começo da semana, fiquei preocupada… se cuide direitinho, viu! 😉
Bjos!
Obrigada, Denise (segundo nome da minha mãe! <3)! Ainda bem que era só uma gripe mais forte, estou recuperada, graças a Deus!
Sou paulistana e adoro pato no tucupi! Espero poder conhecer o Pará em breve.
Gostei muito do post, Thais. Deve ser um lugar muito bonito 🙂
Thais, sou belenense e visito seu blog diariamente. Qual não foi a minha surpresa quando entrei em seu site hoje e descobri que você está falando da minha terrinha maravilhosa! Fiquei super feliz! Belém é encantadora realmente, a atmosfera aqui é inebriante. Todos os sons e cheiros misturados ao nosso clima quente e úmido tornam a experiência de estar aqui, única. Quando você vier por aqui de novo posso te dar umas dicas de outras coisas super legais que a minha cidade oferece. Grande beijo!
<3 <3 <3
Thais, já disse pelo snap, mas reforço quão feliz eu fiquei de saber que vc gostou do meu Estado. Belém é meio judiada pelo poder público, mas o povo tem muito carinho e muita comida pra oferecer sempre. 😉
Quando quiser nos visitar, avisa, que postamos mais dicas de lugares legais que vc com certeza vai adorar.
Mil beijos.
Carinho e comida? Tô sempre dentro! <3
Dever ser um lugar muito bonito 🙂
Olá, gostei muito do post. A PHEBO, que foi comprada pela Granado, é de lá. Você comprou algum óleo de copaíba ou andiroba de lá? São espetaculares para a pele. Abraço
Não comprei! Mas pelo jeito devia, né? Snif!
Os Estados do Norte tem muitas belezas naturais e comidas deliciosas, principalmente os peixes como o tambaqui e a matrinchã. Quando puder, venha ao Amazonas também e experimente mais delícias da culinária nortista.
Ooooo meu Pará lindo! <3 🙂 como lhe disse no snap Thais aqui em Belém infelizmente não tem tantos pontos turísticos até porquê a cidade encontra abandonada pelo atual prefeito. E isso é triste 🙁 como uma estudante de arquitetura vejo cada casarão, cada parte histórica abandonada ou caindo aos pedaços. Mas o Pará tentas riquezas que são inacreditávies, as frutas, os cheiros, sabores etc, pena que eu não consegui lhe mostrar um pouco mais da cultura daqui e conhece-la também, pois estou ocupadíssima com a faculdade.
Mas o Pará tem tantas riquezas que são inacreditáveis*
Nossa, imagino como você deve ficar chateada enquanto estudante de arquitetura! Mas bora tentar mudar isso pro futuro, né? 🙂
Thaís, amei esse post!! Fiquei mais feliz ainda em saber que vc amou conhecer um pedacinho da Região Norte! Como mencionei em outro comentário, sou de Rio Branco (Acre) e muito do que vc comentou, vc encontra aqui no Acre também! Particularmente, amo demais a Amazônia e tudo que ela nos oferece. Os sabores são muito peculiares, né? E quando vc falou em tacacá, pato no tucupi e castanha do pará fresquinha, me deu água na boca aqui! São algumas das comidas que mais amo dessa terra! Espero que vc (e a Sá e a Marina tbm) não demore a voltar e conhecer outros estados! Tenho certeza de que vai amar tanto quanto o Pará. Em tempo… já fui a Curitiba uma vez e fiquei encantada com a sua cidade tbm! Espero voltar em breve para matar a saudade! Beijosss
Volte mais vezes! 🙂
Oi Thais.amei o post sobre o meu Pará…nossa Cultura e riquíssima e merece que todos conheçam nosso estado.moro em Belém e fiquei orgulhosa quando vi esse post…um grande abraço…
<3
Thais,
Sou do litoral paulista, mas fiquei morrendo de vontade de conhecer a região norte.
A mídia fala tanto do Nordeste e quase não cita o Norte.
Pelo jeito o Pará é belíssimo.
Quero conhecer já.
bjs
Que delicia de conhecer um lugar tão diferente. Vc está melhor da gripe que voltou com vc, Thais??? Espero que sim. Bjssss
Graças a Deus sim, Fernanda! Ufa!
Qdo eu digo q a Cairu é a melhor sorveteira do mundo e q o sorvete da Itália, q eu já provei, nem se aproxima dela, as pessoas n acreditam. 😉
Olha a tia Zicaaaaa! Sempre compro farinha de tapioca lá com ela, ela é tão atenciosa.
A sorveteria Cairu é maravilhosa!!! Sou de Natal/RN e estou visitando Belém. Estou adorando a cidade e todos os seus sabores! As pessoas são muito gentis. Thais, adorei o post, estava esperando por ele quando você disse que esteve aqui poucos dias antes do dia marcado para a minha visita. Realmente, o Brasil é muito rico e temos muito a descobrir!
Nossa, a Cairu é demais! <3 E o apelido da senhorinha é Dica ou Zica? Será que entendi errado quando ela me falou?
Thais, esqueci de comentar com você pelo snap, mas acho que a castanha que você come torrada não é a mesma. Essa castanha (que esta na foto e você levou pra sua casa, hahaha) geralmente é vendida dessa forma, in natura mesmo. Na próxima vez compre ela com a casca (como na foto) pois conserva por mais tempo. Se eu for a Curitiba em breve levo pra você 🙂 bjs
NUM BRINCA COM ESSAS COISAS QUE EU ACEITO MUITO MESMO <3
Sou de Natal/RN e moro a quase dois anos em Belém/PA. Ao contrário do que disseram acima senti que aqui tem tanto lugar lindo pra se visitar e a culinária é muito rica em cheiros e sabores. Em relação a arquitetura antiga e a dificuldade da manutenção creio que decorre do pouco interesse dos governos locais em investir nos prédios e lugares históricos e aí ao invés de dar suporte a locais como o ver o peso por exemplo, preferem investir na estação das dondocas (ops! Docas!) Por ser mais rentável e chamar atenção de uma determinada classe social. No mais eu adoro essa cidade mesmo com todo o mormaço. Rsrs
Que maravilha de viagem. O Brasil e suas particularidades em cada canto desse país.
Adorei o post 🙂
Belém é um lugar que quero muito conhecer, mas por ser bem longe sempre acabo deixando pra depois. Preciso tomar coragem e pagar a passagem pra lá.
http://www.issoaquiloetal.wordpress.com
Viagem incrível, oportunidade maravilhosa e lugar lindo! Amei tudo! 😉
Fico muito feliz por ter conhecido Belém do Pará e ter reportado tantas vivências, venha mais vezes. Agora, eu que estou indo à Curitiba 🙂