A month in the merde – parte 1*

Algumas leitoras me pediram um post off-make up pra falar sobre minha viagem… Então aqui está ele! Vou tentar resumir bem pra não ficar muito longo e chato, ok?

Então, eu e a Paula, nossa quarta mosqueteira oficial, saímos do Brasil no dia 25 de dezembro e chegamos dia 26 em Barcelona. Vai ficar clichê dizer, porque eu realmente gostei de todas as cidades por quais passei, mas Barcelona é incrível. É cheia de vida e cor, mesmo no inverno (que nem estava assim tão rigoroso lá) todo mundo tá pela rua e passeando. Fora que a cidade é uma aula prática sobre Gaudí.

Além disso, demos muita sorte de pegar dias lindos na cidade, com sol e tudo (só vi sol uma ou duas vezes nas três semanas que passei em Paris…), conseguimos ver quase tudo que queríamos e até pra praia a gente foi. Só não deu pra tirar o casaco e as botas hahaha… Ah, ficamos nas Ramblas, uma rua incrível e super agitada, cheia de gente de manhã até a noite.

Em Bruxelas ficamos pouquinho, pouco mais de um dia e meio. Isso depois de uma viagem de 19 horas de ônibus – sim, ônibus! – porque as companhias de trem na França estavam em greve (greve é tipo um esporte oficial francês) e não sabiamos se conseguiriamos chegar até a Bélgica. Mesmo assim, adorei. A cidade tem um ar mais… urbano. Parece estranho dizer isso, mas é verdade. Enquanto Barcelona é mais cheia de cores e prédios que parecem feitos de marshmallow, Bruxelas é mais cinzenta. E linda.

E tem como não gostar de um lugar que tem batata frita e waffles como comidas típicas? Acho que não… As ruas são cheias de quiosques que vendem tanto batata frita (que vem em cones de papel) quanto mil variações de waffles, aí você compra e vai comendo na rua mesmo. O difícil é equilibrar tudo tendo só duas mãos – bolsa, comida, guarda-chuva… Isso porque chove sem parar, uma chuva fininha e chata.

Ah, depois de uma tarde perdidas na estação e pegando trens errados (bem ao estilo da escola Didi Mocó de comédia pastelão), conseguimos chegar a Louvain la Neve, uma cidade universitária perto de Bruxelas, onde fica o Hergé Musée. Pra quem não conhece, o Hergé é o criador dos quadrinhos/desenho animado Tintin – adoro desde criança, agora ainda mais.

Depois disso, rumamos pra Amsterdã, onde passamos o ano novo. Amei a cidade, muito. A única coisa que atrapalhou foi o frio. É lógico que estávamos preparadas pro inverno, mas o frio de Amsterdã estava sofrível. Muita neve e vento, vento, vento… Mesmo assim, só encontramos pessoas gentis e bem humoradas.

Agora um parêntese pra uma observação pertinente: enquanto estávamos encaloradas no verão brasileiro, tivemos a brilhante idéia de ficar em um camping. Calma, não ficamos em barracas e sim numas mini-casinhas. O que é engraçado é o seguinte: nenhuma de nós se ligou de que o banheiro fica fora e toda vez tinhamos que atravessar o camping na neve/frio/vento/garoa. To tentando lembrar até agora se já tive alguma idéia pior que essa hahaha.

O ano novo é bem animado, a parte central da cidade fica lotada. Mas é difícil aguentar por muito tempo na madrugada gelada de Amsterdã…

No dia 3, Paula e eu nos separamos – eu fui pra Paris estudar francês, enquanto ela foi pra Dresden estudar alemão. Maaaas, pra esse post não virar uma Bíblia, o relato sobre minha estadia na capital francesa e todas as baguetes, croissants e macarrons que eu comi vai ficar pra outro dia… Aguardem o próximo capítulo ainda essa semana!

* O título é uma referência à série Merde, de Stephen Clarke, que conta as aventuras do britânico Paul na França. Os dois primeiros livros já podem ser encontrados em português, com os nomes de ‘Merde! Um ano em Paris’ e ‘Mais um ano na França’, embora a série já tenha mais alguns números em inglês. Os livros são muito divertidos (me fizeram rir sozinha várias vezes) e mostram os costumes mais cotidianos dos franceses. Se você gosta da França ou tem curiosidade, eu recomendo.